quinta-feira, 27 de outubro de 2011

50 milhões de legos (ou: private post)


Sessenta hectares de parque temático. Ou, numa só palavra, LegoLand, na Florida. Abriu e até cidades de lego tem, em ponto pequeno. Miami, New York, Washington, tudo numa visão reduzida para quem gosta de conhecer uma cidade de uma vez só. Eu até calculo quem é que, quando souber disto, me vai pedir para irmos aos Estados Unidos no Natal.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Divisão cerebral.

O meu cérebro (percebi ontem) divide-se contrariamente aos restantes que estudo. Divide-se de uma maneira muito simples e fácil até de entender. De um lado tenho a parte que se interessa, se preocupa e se fascina (um núcleo pequeno mas poderoso por si só) do outro tenho a minha apatia geral (causada pela lacuna de interesse do mundo em que vivemos).

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Pretty words.


'Se me apagares os olhos, ainda te posso ver./Tapa-me os ouvidos: ainda/ consigo ouvir-te./ E sem pés, consigo chegar até ao pé de ti./ E sem boca sei ainda invocar-te./ Arranca-me os braços: eu abraço-te/ Com o meu coração como se fosse uma mão./ Pára-me o coração e o meu cérebro baterá./ E se me pegares fogo ao cérebro,/Vou levar-te no meu sangue.'

Reiner Maria Rilke, O livro da peregrinação.

domingo, 16 de outubro de 2011

Red wine.


'A profunda, furiosa e mais de quantas fraterna e humana alegria do vinho. Bebemo-lo em fulgor e em profundidade. O vinho liberta em nós os sentimentos invisíveis. Passa-nos de uma margem para a outra do oculto.' 


Talvez a mim não. Mas ontem lembrei-me desta parte do conto "O Vinho" de As coisas da Alma (de João de Melo). A minha irmã fez-me notoriamente lembrar do Aparício, que 'bebe para chorar. Chora pelo mundo em geral. Não é necessariamente um mundo trágico ou cruel. São lágrimas sinceramente sentidas, eu sei.' 
Surpreendentemente, houve também quem me fizesse lembrar do Fontes, 'quem mais excentricamente vibra com  euforia do vinho [...] Do seu rosto vermelho emergem dois olhos loucos de fogo.'

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Good, good life






Electrified, but specially tenderly drowsy around you.

Pano de fundo.


O argumento de que o ordenado mínimo em Portugal é bastante inferior ao ordenado mínimo dos outros países da Europa anda de boca em boca. Mas porque os países têm diferentes níveis de vida, têm diferentes salários mínimos. Portugal não pode assim ser comparado com outros países (ao contrário do que se gosta de fazer) só podendo ser comparado à Grécia no que respeita ao nível de vida. Dessa comparação nasce a diferença de salários mínimos que, apesar de para algumas pessoas ser revoltante (então andaram a ganhar muito mais que nós a fazer o mesmo?) pode ser reconfortante (porque, apesar de tudo, não temos uma factura maior). E agora, Portugal também pode ser comparado no que respeita ao barco em que ambos os países se enfiaram a querer suar pouco e a receber muito.

Se formos olhar para os países todos da Europa, Portugal é bem capaz de ser o país que mais hipóteses tinha de lucrar com o Euro pela sua competitividade, porque, em termos práticos, países como Itália, Holanda, Suíça e outros que tais, gastam tanto em custos de produção de produtos que acabam por pôr esses mesmos produtos a preços claramente muito superiores aos preços que, por exemplo, Portugal poria.
Assim, uma Itália, Holanda ou Suíça, pega num produto com o qual gasta em produção 1000€ e vende-o por 3000€ (e não têm como contornar isto, porque há salários altos, os tais salários mínimos, há os custos de produção e mais um sem fim de coisas). Portugal, por outro lado, pega no produto, gasta 600€ (não pagou tanto ao trabalhador, claro está) e vende o produto por 2300€.

Não é difícil supor que, no mercado Europeu, a escolha recairia para o produto português (contando que fosse exactamente igual aos outros).

Ora Portugal chegou a um ponto em que não se preocupava muito em produzir e em ter essa margem de lucro e aumentar as vendas. As frotas de pesca quase se evaporaram, as produções nacionais primeiro que cheguem ao estrangeiro é preciso que o Papa dê a benção quase. Fomo-nos assim tornando num país que, sentado numa esplanada, lá faz um esforço para ir adiantando trabalho, enquanto aproveita o sol e manda vir umas bebidas frescas.

Agora as contas chegaram e o papel da conta é tão grande que se desenrola pela esplanada fora.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

domingo, 9 de outubro de 2011

Encontros imediatos


 Os aeroportos fascinam pela diversidade de pessoas, mas maioritariamente pela diversidade de emoções.

sábado, 8 de outubro de 2011

Esticar uma notícia (e o papel)


Uma notícia repartida em três ou quatro. No Diário de Notícias, sobre o Prémio Nobel. Uma notícia diz-nos que "Prémio Nobel da Literatura para sueco Tomas Transtromer", diz-nos ainda que "Tomas Transtromer é o sétimo autor sueco a receber o Nobel" e ainda que o "Poeta sueco está feliz por receber o Prémio Nobel." Eu também estou feliz (por ele, digo, não por ter de ler três notícias para perceber alguma coisa sobre o mesmíssimo tema). É um bom autor. Principalmente, é um bom poeta.

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

"Primeiro estranha-se, depois entranha-se"


E entranha-se porquê? Porque estamos em Portugal. A Fundação Champalimaud, cujo objectivo era tratar doentes oncológicos provenientes dos nossos hospitais públicos, já fez um ano de existência e ainda não tratou nem um único doente oncológico do Sistema Nacional de Saúde. A causa (que até tinha algum potencial para ser nobre) ficou em stand-by (é uma tendência muito comum das causas à partida nobres) e assim se constrói um sistema solar onde não se possam pôr planetas.

(Também)


Tenho umas quantas novas pastas no meu gabinete que não se compadecem com a minha felicidade. É o grande problema resultante do facto do mundo andar povoado de monstros, porque, já dizia Shakespeare, o Inferno, esse, está vazio.  

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Happiness

A felicidade raras vezes se mede pelo que conseguimos na vida, porque depressa as coisas desaparecem e as pessoas se perdem. A felicidade mede-se pelo que somos quando não poderíamos pedir mais e melhor.

Como perder uma vida em 3 horas de retrospectiva


Nos tempos de adolescente, tive um colega que se sentava de pernas esticadas e cigarro na mão. Via as raparigas irem e virem. Ria-se para elas e fumava o cigarro, um bocado mais cada dia. Ter os dedos amarelos não era sinal de ser um viciado, mas experiente e adulto (achava ele). Ser médico, advogado, jornalista ou professor não era semelhante a nenhum objectivo dele. Lembro-me disto e especialmente hoje, lembro-me bem, ele tinha a infeliz ilusão de que era totalmente livre para fazer o que lhe apetecesse e quisesse da vida. Ele devia de estar certo. Por outras palavras, o que ele achava devia ser a verdade. Mas não era, nem a ilusão lhe valeu de coisa alguma. Em três horas de retrospectiva a pensar na vida dele, naquela ilusão perturbadora de liberdade, suicidou-se hoje.

terça-feira, 4 de outubro de 2011

" Eu amo-te sem saber como, ou quando, ou a partir de onde. Eu simplesmente amo-te, sem problemas ou orgulho: eu amo-te desta maneira porque não conheço qualquer outra forma de amar sem ser esta, onde não existe eu ou tu, tão intimamente que a tua mão sobre o meu peito é a minha mão, tão intimamente que quando adormeço os teus olhos fecham-se."

Pablo Neruda

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Amanhecer contigo


"You're the very beginning of a beautiful morning and all those things worth living for."