quinta-feira, 26 de julho de 2012
Dos segredos do cérebro
E quase todas as tardes, ao fim do dia, quando fechava o meu gabinete e conduzia até ao ginásio, já sabia que perto de um dos sacos de boxe onde treino, aquele rapaz, que nem vinte e cinco anos deve ter para contar, se sentava a olhar em meditação para o saco de boxe.
Cansado de o ver naquela ilógica postura a fazer lembrar uma estátua realista, perguntaram-lhe como quem lhe cospe para cima:
Então, não atacas o saco? E responde ele a estalar os dedos: venho aqui quase só para me convencer de que faço boxe.
Depois desse dia, nunca mais lá voltou. A vergonha caiu-lhe em cima. Tinha sido descoberto um segredo do cérebro dele.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
2 comentários:
Talvez quisesse convencer ele mesmo e os outros que era praticante de box?
Também, sem dúvida
Enviar um comentário