sábado, 10 de dezembro de 2011

Factos incompreensíveis


Num dia de jogo, qualquer perfil de facebook tem um, dois, ou três estados sobre o jogo.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

É tão fácil perceber mentalidades.


Sai o artigo da SÁBADO sobre o nível de sabedoria/ignorância dos estudantes universitários portugueses e a tendência natural das pessoas foi dividida em duas atitudes divergentes:

1) ficarem incrédulas com algumas respostas daqueles estudantes universitários

2) revoltarem-se contra o intuito das entrevistas, a forma como as imagens foram escolhidas e a imagem generalizada que as entrevistas possam dar

Ora bem, vamos lá separar por partes este aparente quebra-cabeças.

- A clara conclusão que qualquer cidadão português chega, se tiver dois dedos de testa, só poderia ser a seguinte: as respostas erradas mais chocantes seriam precisamente as que dariam corpo ao artigo (se o artigo fosse sobre o elevado nível cultural dos universitários portugueses, apareciam de igual modo só as melhores respostas). Claro que, nesse último caso, mesmo que tivessem acertado só uma em vinte, já não iriam sentir-se ultrajados se só aparecesse no vídeo a resposta certa. Isto é sempre para o lado que dá mais jeito.
No entanto, imagine-se a mesma situação, mas no primeiro ciclo do Ensino Básico. É feito um questionário a cem alunos de diferentes escolas portuguesas.

Aluno X, confrontado com a pergunta 2 + 2, responde 1.

Aluno Y, confrontado com a pergunta "4 é um número ou uma letra?" responde "letra"
Aluno Z, confrontado com a pergunta "as letras a, e, i, o , u são vogais ou consoantes?" e responde "consoantes"

Significa que os alunos X, Y e Z não sabem nada de nada? Não. Significa que todos os alunos portugueses não sabem nada de nada? Não. Significa que, pelo número de respostas erradas, há muitos alunos portugueses no primeiro ciclo que vão para a escola a pensar que estão numa visita de estudo ao parque nacional da brincadeira? Sim.

Este questionário mostraria, por A + B, que efectivamente, existem vários alunos portugueses de primeiro ciclo do ensino básico com uma falta de conhecimentos chocante (por acaso, em termos reais, nem há, que vejo muitas crianças do ensino primário a saberem mais que certas do segundo ciclo). Isto demonstraria uma lacuna na aprendizagem deles e uma óbvia falta de interesse da parte deles para aprender. O questionário mostra todo o conhecimento de todos os alunos do ensino básico primário? Não. Mostra as lacunas que existem e que, apesar de só serem cem, neste caso hipotético, representariam uma probabilidade de, por exemplo, 50 mil alunos, no país. Portanto sim, haveria razões mais que suficientes para nos preocuparmos. Agora, se alguns desses alunos se podiam ter enganado pelos nervos ou por outro factor qualquer? Podiam. Alguns.

Mas aquela outra história de vir dizer que os estudantes universitários, coitadinhos, sabem muito e aquelas respostas foram as piores deles e são o máximo e a entrevista foi uma sacanice que lhes foi feita e só os deixou mal vistos, isso não faz sentido. Isso é partir do pressuposto que aceitamos que todos os técnicos e profissionais do país sejam assim. É aceitarmos que um professor universitário diga que a capital dos Estados Unidos é Inglaterra. Sim, sim, que aqueles alunos vão ter profissões. Isto é um facto, que já tive estudantes desses como novos profissionais a não saberem o que significa a palavra "simbólico" e outros tantos a dizerem que "não se lembram de quase nada".

No entanto, também tenho de dizer que algumas perguntas do questionário não tinham qualquer interesse académico e muito menos podiam ser representativas do conhecimento deles. Uma tristeza.

Resultados da crise


Greves. Greves que se resumem em más decisões e boas intenções. Uma greve não é nem totalmente negativa, nem totalmente positiva. Fica ela por ela. Perdem-se milhões por um lado, encaixam-se milhões do outro. É mais ou menos o que se apelida de tapar um buraco e, para se ir buscar essa areia, faz-se outro buraco relativamente igual.

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Mais do mesmo.



A revista SÁBADO fez um teste básico a 100 alunos de universidades de Lisboa. Algumas respostas foram um tanto ou quanto surpreendentes, mas enfim.

Exemplos: O símbolo químico da água é PhO; O autor d' Os Maias é Egas Moniz; Capital dos EUA? Inglaterra.; Marlon Brando? Escritor. 

Não me causou surpresa nenhuma. Primeiro, porque as pessoas nervosa só dizem disparates. Segundo, porque muitos deles não deviam mesmo saber nada de nada. Era fácil de perceber.

Para verem o vídeo completo e sentirem uma azia inexplicável, aqui:

" Vox Pop: A ignorância dos nossos Universitários - revista Sábado "


quarta-feira, 16 de novembro de 2011

À margem

De fora do pensamento fica-me a crise (mais de valores do que monetária, muito embora assim não o pareça), ficam as manifestações a inundarem as ruas de Lisboa. De fora, muito de vez em quando, ficam também os papéis do meu gabinete, as canetas gastas de tanto escrever recomendações, um parecer, uma análise, uma consulta. Ficam os estacionamentos preenchidos até relativamente metade da estrada, os falsos e muitas vezes provocadores moralismos de meio mundo.

Lá, no centro, em lugar de destaque, com um holofote grande a incidir-lhe sobre o longo cabelo que lhe desce pelas costas e nas mãos pousadas sobre o colo, fica-me o olhar dela.

"Uma semana inteira a olhá-la muito em segredo para que nem ela mesmo soubesse que só a cor dos seus olhos enchia a minha solidão". (Miguel Torga - Diário I, 1939)

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Happy Birthday, my love


Que o teu aniversário, assim como a vida que conheço ao teu lado, seja um livro de capítulos cheios onde tu possas protagonizar os melhores momentos e que saias sempre deles com a tua graça e o teu encanto de protagonista.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Economias.

Com efeito, tal como pareceu aos nossos antepassados: "é tardia a poupança que começa quando batemos o fundo"; não é apenas ínfimo o que permanece lá em baixo: é também da pior qualidade que há.
Seneca, Ad Lucilium epistola, 1.5.3-5

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

50 milhões de legos (ou: private post)


Sessenta hectares de parque temático. Ou, numa só palavra, LegoLand, na Florida. Abriu e até cidades de lego tem, em ponto pequeno. Miami, New York, Washington, tudo numa visão reduzida para quem gosta de conhecer uma cidade de uma vez só. Eu até calculo quem é que, quando souber disto, me vai pedir para irmos aos Estados Unidos no Natal.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Divisão cerebral.

O meu cérebro (percebi ontem) divide-se contrariamente aos restantes que estudo. Divide-se de uma maneira muito simples e fácil até de entender. De um lado tenho a parte que se interessa, se preocupa e se fascina (um núcleo pequeno mas poderoso por si só) do outro tenho a minha apatia geral (causada pela lacuna de interesse do mundo em que vivemos).

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Pretty words.


'Se me apagares os olhos, ainda te posso ver./Tapa-me os ouvidos: ainda/ consigo ouvir-te./ E sem pés, consigo chegar até ao pé de ti./ E sem boca sei ainda invocar-te./ Arranca-me os braços: eu abraço-te/ Com o meu coração como se fosse uma mão./ Pára-me o coração e o meu cérebro baterá./ E se me pegares fogo ao cérebro,/Vou levar-te no meu sangue.'

Reiner Maria Rilke, O livro da peregrinação.

domingo, 16 de outubro de 2011

Red wine.


'A profunda, furiosa e mais de quantas fraterna e humana alegria do vinho. Bebemo-lo em fulgor e em profundidade. O vinho liberta em nós os sentimentos invisíveis. Passa-nos de uma margem para a outra do oculto.' 


Talvez a mim não. Mas ontem lembrei-me desta parte do conto "O Vinho" de As coisas da Alma (de João de Melo). A minha irmã fez-me notoriamente lembrar do Aparício, que 'bebe para chorar. Chora pelo mundo em geral. Não é necessariamente um mundo trágico ou cruel. São lágrimas sinceramente sentidas, eu sei.' 
Surpreendentemente, houve também quem me fizesse lembrar do Fontes, 'quem mais excentricamente vibra com  euforia do vinho [...] Do seu rosto vermelho emergem dois olhos loucos de fogo.'

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Good, good life






Electrified, but specially tenderly drowsy around you.

Pano de fundo.


O argumento de que o ordenado mínimo em Portugal é bastante inferior ao ordenado mínimo dos outros países da Europa anda de boca em boca. Mas porque os países têm diferentes níveis de vida, têm diferentes salários mínimos. Portugal não pode assim ser comparado com outros países (ao contrário do que se gosta de fazer) só podendo ser comparado à Grécia no que respeita ao nível de vida. Dessa comparação nasce a diferença de salários mínimos que, apesar de para algumas pessoas ser revoltante (então andaram a ganhar muito mais que nós a fazer o mesmo?) pode ser reconfortante (porque, apesar de tudo, não temos uma factura maior). E agora, Portugal também pode ser comparado no que respeita ao barco em que ambos os países se enfiaram a querer suar pouco e a receber muito.

Se formos olhar para os países todos da Europa, Portugal é bem capaz de ser o país que mais hipóteses tinha de lucrar com o Euro pela sua competitividade, porque, em termos práticos, países como Itália, Holanda, Suíça e outros que tais, gastam tanto em custos de produção de produtos que acabam por pôr esses mesmos produtos a preços claramente muito superiores aos preços que, por exemplo, Portugal poria.
Assim, uma Itália, Holanda ou Suíça, pega num produto com o qual gasta em produção 1000€ e vende-o por 3000€ (e não têm como contornar isto, porque há salários altos, os tais salários mínimos, há os custos de produção e mais um sem fim de coisas). Portugal, por outro lado, pega no produto, gasta 600€ (não pagou tanto ao trabalhador, claro está) e vende o produto por 2300€.

Não é difícil supor que, no mercado Europeu, a escolha recairia para o produto português (contando que fosse exactamente igual aos outros).

Ora Portugal chegou a um ponto em que não se preocupava muito em produzir e em ter essa margem de lucro e aumentar as vendas. As frotas de pesca quase se evaporaram, as produções nacionais primeiro que cheguem ao estrangeiro é preciso que o Papa dê a benção quase. Fomo-nos assim tornando num país que, sentado numa esplanada, lá faz um esforço para ir adiantando trabalho, enquanto aproveita o sol e manda vir umas bebidas frescas.

Agora as contas chegaram e o papel da conta é tão grande que se desenrola pela esplanada fora.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

domingo, 9 de outubro de 2011

Encontros imediatos


 Os aeroportos fascinam pela diversidade de pessoas, mas maioritariamente pela diversidade de emoções.

sábado, 8 de outubro de 2011

Esticar uma notícia (e o papel)


Uma notícia repartida em três ou quatro. No Diário de Notícias, sobre o Prémio Nobel. Uma notícia diz-nos que "Prémio Nobel da Literatura para sueco Tomas Transtromer", diz-nos ainda que "Tomas Transtromer é o sétimo autor sueco a receber o Nobel" e ainda que o "Poeta sueco está feliz por receber o Prémio Nobel." Eu também estou feliz (por ele, digo, não por ter de ler três notícias para perceber alguma coisa sobre o mesmíssimo tema). É um bom autor. Principalmente, é um bom poeta.

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

"Primeiro estranha-se, depois entranha-se"


E entranha-se porquê? Porque estamos em Portugal. A Fundação Champalimaud, cujo objectivo era tratar doentes oncológicos provenientes dos nossos hospitais públicos, já fez um ano de existência e ainda não tratou nem um único doente oncológico do Sistema Nacional de Saúde. A causa (que até tinha algum potencial para ser nobre) ficou em stand-by (é uma tendência muito comum das causas à partida nobres) e assim se constrói um sistema solar onde não se possam pôr planetas.

(Também)


Tenho umas quantas novas pastas no meu gabinete que não se compadecem com a minha felicidade. É o grande problema resultante do facto do mundo andar povoado de monstros, porque, já dizia Shakespeare, o Inferno, esse, está vazio.  

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Happiness

A felicidade raras vezes se mede pelo que conseguimos na vida, porque depressa as coisas desaparecem e as pessoas se perdem. A felicidade mede-se pelo que somos quando não poderíamos pedir mais e melhor.

Como perder uma vida em 3 horas de retrospectiva


Nos tempos de adolescente, tive um colega que se sentava de pernas esticadas e cigarro na mão. Via as raparigas irem e virem. Ria-se para elas e fumava o cigarro, um bocado mais cada dia. Ter os dedos amarelos não era sinal de ser um viciado, mas experiente e adulto (achava ele). Ser médico, advogado, jornalista ou professor não era semelhante a nenhum objectivo dele. Lembro-me disto e especialmente hoje, lembro-me bem, ele tinha a infeliz ilusão de que era totalmente livre para fazer o que lhe apetecesse e quisesse da vida. Ele devia de estar certo. Por outras palavras, o que ele achava devia ser a verdade. Mas não era, nem a ilusão lhe valeu de coisa alguma. Em três horas de retrospectiva a pensar na vida dele, naquela ilusão perturbadora de liberdade, suicidou-se hoje.

terça-feira, 4 de outubro de 2011

" Eu amo-te sem saber como, ou quando, ou a partir de onde. Eu simplesmente amo-te, sem problemas ou orgulho: eu amo-te desta maneira porque não conheço qualquer outra forma de amar sem ser esta, onde não existe eu ou tu, tão intimamente que a tua mão sobre o meu peito é a minha mão, tão intimamente que quando adormeço os teus olhos fecham-se."

Pablo Neruda

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Amanhecer contigo


"You're the very beginning of a beautiful morning and all those things worth living for."

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Aos 33 anos de vida


A nossa história ocupa mais espaço do que todos os meus dias anteriores a ti. Antigamente tinha a pretensão de achar que já tinha vivido muito. Tive até a pretensão de que era feliz. Tudo ilusões, agora que posso comparar o passado e o presente e te vejo tão nítida como parte total da minha felicidade. Porque se tu não existias antes, eu não posso ter sido antes feliz.

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

A small adjustment


Almoçamos num lugar à tua escolha. Pode ser naquela esplanada onde gostas de almoçar perto do rio.

domingo, 25 de setembro de 2011

"I have the simplest tastes..."


"... I'm always satisfied with the best." Já dizia Oscar Wilde e eu digo-o também nesta fase da minha vida. Não que seja uma necessidade minha, muito menos uma prerrogativa minha, mas tem muito que ver com a minha vida actual. Escolhi assim, andar à deriva com um leme nas mãos, com ou sem intenção e sem ter pensado muito nas consequências (pois nem as conhecia). Mas estou contente por ter escolhido assim porque só assim é que vale a pena. No entretanto, continuo on call...